vou com os barcos


ergo as palavras
sobre pedras
duras afiadas

as da calçada dos dias
que percorro

procuro o vento
que as leve
onde areias sorrisos
corpos desejos carícias

e as deixe cair
sonoras brutas
nos lagos
podres das avenidas

até lá
continuarei ainda
a estar vivo e a falar
desta coisa coisa chamada
fome de justiça
e amor às coisas da terra

assim me tomem
ou rasguem
vou com os barcos

(cais do bico; murtosa; 2011)

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