poesia
“hoje vou falar de um António …” de teresa alvarez
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Hoje vou falar de um António, não do Santo, que não estou para aí virada . Nunca me sentei à frente dele a saborear um café. Não sei como ri ou como chora. Não sei como caminha ou se gosta de se sentar nos bancos de jardim. Sei lhe a voz e sei que está sempre rodeado de livros. Não é um homem é uma biblioteca. Tem um ofício peculiar... entra dentro dos livros e dá a voz e a alma a páginas e páginas e as pessoas ficam a ouvi lo e a vê lo ....e a pensar no amor absoluto que o "homem da boina" tem pelas palavras. E também é poeta "sou a pedra no vidro o prego no sapato" ...como cidadã livre e irreverente eu te condecoro, António José Cravo, com a medalha de mérito pelo serviço público prestado generosamente aos "loucos" que escrevem coisas e aos que têm o vício de lê las. nada menos (teresa alvarez)
postais da minha coimbra_17
25 de abril de 2022
“Espaço livre com barcos” (4) de graça pires
RUY BELO [ São João da Ribeira, 1933 – Queluz, 1978 ]
poesia sempre: ruy belo
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Sua obra é hoje considerada fundamental no marco dos anos ’60 e ’70, por por seu amplo espectro de sensações e sentimentos transmitidos com um estilo rigoroso e atento ao som dos versos. Passando da obsessão religiosa para os aspectos relacionados com a vida cotidiana e a passagem do tempo, a poesia de Ruy Belo excita por sua melancolia às vezes ingênua e outras, ao invés, mais perta do vazio que emerge do real. Soube explorar as contradições de uma educação sentimental, cuja maior lição é uma lenta aprendizagem do amor, da solidão e da morte.
PARA A DEDICAÇÃO DE UM HOMEM Terrível é o homem em que o senhor desmaiou o olhar furtivo de searas ou reclinou a cabeça ou aquele disposto a virar decisivamente a esquina Não há conspiração de folhas que recolha a sua despedida. Nem ombro para seu ombro quando caminha pela tarde acima A morte…
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poema com eco (08/03/2011)
plantei uma flor no mar sentada a meu lado os teus olhos procuravam a flor e sorriram ao vê-la fulgir por entre as ondas deste-me então um beijo depois acordei e só me lembro deste sonho
sentada a teu lado dera-te o beijo aromatizado com a flor orvalhada pelas ondas que a embalaram nos teus sonhos depois acordaste e envolvi-te no perfume que deixei ao teu lado da flor que meu sorriso percorreu por entre as ondas para só te lembrares deste sonho
Jozefina Dautbegović [1948 – 2008]
a poesia sempre
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Crediti dell’immagine: https://www.tacno.net
Questa poetessa che più di settant’anni fa era nata in Bosnia-Erzegovina, a un certo punto della sua esistenza ha scelto di ancorarsi al verso per demarcare il confine che separa la vita dalla morte. Vita e morte che un altro uomo di lettere, Carlo Michelstaedter, decantava nei versi de Il canto delle crisalidi:
Vita, morte,
la vita nella morte;
morte, vita,
la morte nella vita.
il poeta e filosofo goriziano voleva rivelare con il suo pensiero le stigmate che contraddistinguevano il Novecento, secolo delle grandi infatuazioni ideologiche. Per Jozefina, il conflitto armato che ha coinvolto l’ex repubblica socialista jugoslava, ha significato un vivere in continuo stato di non appartenenza, dopo la dissoluzione del socialismo nel 1991, costringendola alla fuga. La sua è una lirica in cui i piccoli e i grandi eventi del quotidiano si manifestano per ricordarle di sottostare ad altre logiche e regole più…
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António Ramos Rosa [Faro 1924 – Lisboa 2013]
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Nos versos de QUATRO POEMAS SOLIDÁRIOS de O centro na distância de António Ramos Rosa, a solidez da pedra distingue-se pela sua compacidade, que se recusa a ser penetrada. Seu mundo fechado é um convite para deixar nossa imaginação correr solta. Nós, de fato, somos o mineral que devemos trabalhar pacientemente para transformar a indiferença, a ignorância e a felicidade, na verdadeira pedra. El Che foi uma dessas pedras, fortalecida pela luta, cuja presença faz parte do nosso imaginário. Ele ainda é uma presença forte, porque a pedra está sempre aberta a uma nova vida e sua transformação. De facto, o herói argentino assumiu um novo significado para se transformar no símbolo da continuidade da nova história. De modo que se o poeta apresentar a matéria tosca da pedra para transformá-la em forma sutil através de um trabalho de humanização do dado, esta…
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MANUEL DE FREITAS [ Vale Santarém, 1972 ]
para quem gosta de poesia um blog a seguir
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Ninguém melhor do que Manuel Freitas conseguiu falar da tragédia metafísica sem fuga e da tortura de estar vivo numa sociedade onde o conformismo se confunde com a barbárie e o erro. Mesmo Portugal, lugar do fingimento pessoano, não escapa a sua escrita de “país devastado, / o símbolo envergonhadamente europeu … da austeridade, / do analfabetismo e da luz chegando a remotas, / quase míticas aldeias” (Cervejaria Leirão). Um emaranhado de fracassos e perdas atravessado pelos mortos e, mais ainda, pela morte. De certo modo, o poeta traça uma visão da ruina de nossa civilização ocidental na perspectiva histórica da poesia. Ei-nos num lugar paradoxal, onde a poesia diz o que as pessoas não percebem.
Spot “A vida não pode ser assim tão assustadora”, diz a margarina becel em horário nobre, para não-cardíacos. O que, na verdade, me deixa saudades…
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