
costa de lavos; 2019
costa de lavos; 2019
torreira; o recolher do saco; 2016 – irá a zorro na zorra para ser seco
escrevo-me
quim marçal
inexplicável
não me perguntes
porque escrevo
não me perguntes
porque estou vivo
em tudo
muito pouco
é explicável
inexplicáveis os dias
onde sou
e tudo acontece
nem só a fé
é mistério
o tino a reparar a cabrita
(torreira; 2013)
pelo pão de cada dia
o mestre de redes e o saco
no chão estendido
um véu rendado
é manto que cobre
homem e mar unidos
na malha dos dias
onde sol sal areia e suor
se fundem num só corpo
por debaixo das nuvens
nos caminhos percorridos
pelo pão de cada dia
como se um véu de noiva o saco nas mãos do cebola
(torreira; companha do marco; 2010)
as maõs e os olhos do mestre das redes, o cebola, percorrem o saco em busca de rombos