dizer-te tudo em palavras poucas é arte em que não me atrevo em silêncio te beijo e te entregas eis o poema que não consigo escrever
Mês: Janeiro 2022
crónicas da xávega (488)
MANUEL DE FREITAS [ Vale Santarém, 1972 ]
para quem gosta de poesia um blog a seguir

Ninguém melhor do que Manuel Freitas conseguiu falar da tragédia metafísica sem fuga e da tortura de estar vivo numa sociedade onde o conformismo se confunde com a barbárie e o erro. Mesmo Portugal, lugar do fingimento pessoano, não escapa a sua escrita de “país devastado, / o símbolo envergonhadamente europeu … da austeridade, / do analfabetismo e da luz chegando a remotas, / quase míticas aldeias” (Cervejaria Leirão). Um emaranhado de fracassos e perdas atravessado pelos mortos e, mais ainda, pela morte. De certo modo, o poeta traça uma visão da ruina de nossa civilização ocidental na perspectiva histórica da poesia. Ei-nos num lugar paradoxal, onde a poesia diz o que as pessoas não percebem.
Spot “A vida não pode ser assim tão assustadora”, diz a margarina becel em horário nobre, para não-cardíacos. O que, na verdade, me deixa saudades…
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“quando o silêncio … ” de maria josé quintela
o poema ” quando o silêncio … ” faz parte do livro “HOMEOSTASIA”
“Poemas para Mário Botas” _ 1
do livro “FALAR DELE NO CÉU DE UMA PAISAGEM – poemas para Mário Botas”
“ANYWHERE OUT OF THE WORLD” de Inês Dias
“AQUELE QUE ESTÁ DIANTE DO OUTONO” de Maria João Cantinho
“RESTITUIÇÃO” de Marta Chaves
postais da ria (404)
infinitas manhãs
infinitas manhãs de gestos suspensos no vazio de não haver tecto infinitas manhãs de impiedosas mãos desfiguradas num enclavinhar de dedos na lisura das paredes infinitas manhãs de doridos olhos encovados na palidez do rosto arrastando-se fundos pelo dia imposto infinitas manhãs porque não me deixais dormir

“Cansaço do verbo” de nuno costa santos
do livro “MORRER É NÃO TER NADA NAS MÃOS”
os moliceiros têm vela (471)
FRANCESCO SCARABICCHI [ Ancona 1951 – 2021 ]
da poesia em italiano

Un calarsi nella trama dell’umano, del suo radicamento temporale, del suo patire fra la consistenza e la dissoluzione. La durata e la caducità, sono le polarità che si leggono nel volume postumo La figlia che non piange, di Francesco Scarabicchi. La verità, le funzioni veritative sono tutte lì, nel respiro del tempo e il mistero delle cose fatte di tempo. Il suo è un dire sì alla vita, nelle cose che passano, mutevoli e mutabili soltanto nel segreto della sua verità. Sensibile e sommesso, lontano da ogni trionfalismo, la scrittura di Scarabicchi appare munita di una naturalità che lo porta a guardare il mondo senza essere visto.

Una residenzaa Massimo Recalcati Non c'è altro luogo, credimi, che questo, tutto il bianco possibile, la pagina e poi quelle formiche delle righe a dire il poco, il molto che noi siamo, ma non tanto di me e…
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da natureza e do amor
era manhã muito cedo ainda ensonado o sol recusava-se a rir a névoa que cobria os campos era um véu tímido que lhe tapava os lábios lentamente o dia espreguiçou-se, bocejou iniciou o ritual do levantar escondido atrás de uma erva pequenina a tudo assistia estupefacto no momento em que chegaste vinhas de muito longe poisada numa folha verde trazida pelo vento gelado da manhã eras nova no prado ninguém te conhecia para mim sorriste e as outras abelhas invejaram-me a companhia






