
armazéns de lavos; achegar; 2019
armazéns de lavos; achegar; 2019
não sei
costa de lavos; 2019
já não me lembro
do que esqueci
coisa estranha esta
ou será que não
homem do sal, o buíça
da mão
flor de sal
a que dá
a que tira
a que ignora
a que acaricia
a que fere
a que mata
qual a tua?
(armazéns de lavos; 2017)
desafio
todo o desenho
não é mais
que um esboço
quase perfeito
inventar o esboço
é o desafio
mais que perfeito
(costa de lavos; 2017)
sagradas as palavras
digo das palavras
o sal do sentir
de emoção umas
da razão outras
falam de ti
as tuas palavras
recolho-as no meu dia
onde entraste
porque te convidei
recebo-te nesta casa
onde existir é ser
um copo de água
que o sol queima
acolho-me à sombra
do dizer
sagradas as palavras
onde és
achegar
(armazéns de lavos; achegar; 2017)
meditação
tenho inteligência
suficiente
para admirar
a dos outros
no trabalho do homem
no sal do mar
encho-me de mim
o meu amigo paulo formiga a “cumbeirar”
(armazéns de lavos; cumbeirar; 2017)
meditação
não tentes
entender tudo
procura entender-te
(armazéns de lavos; mexer; 2017)
pois
antes de haver ponte
havia o rio e nadei
de todos os caminhos
fiz o meu
de todas as escolhas
fiz as minhas
fizeram-me para que
fizesse
mesmo sem o saberem
como sempre
fiz faço farei
o meu amigo buíça
(armazéns de lavos; achegar; 2017)
(…)
ao contrário
do artista
a memória
só concebe
esboços
(armazéns de lavos; rer; 2017)