pelo mar entro
como se em casa
meigas as ondas
afagam-me as pernas
mãos de mãe
beijos de amante
irmã mais nova
de quantas por aqui andaram
trago no corpo a alegria
de estar viva
mulher menina
nada e criada
entre mar e areia
correm-me barcos nas veias
e são peixes estes braços
que te apertam
nas malhas de amar
(torreira; século XX)
