enche-se de mar
o barco
enchem-se os homens
de mar
o barco
enchem-se os homens
de mar
(torreira; companha do marco; 2010)
ainda não ouvi
a voz da sombra
clamando silêncio
ainda não vi
a luz dos cegos
na ponta dos dedos
nas asas das árvores
um pássaro ferido
voar para o céu
a terra escorrer sangue
de tão ferida
ainda não vi
o coração da pedra
sorrir à criança triste
tudo isto porém sinto
como a areia a onda
antes de