vivo assim
sentado a andar
à deriva neste tempo
a que pertenço e não me é
estranho-me de estar
mas estou sem me mudar
sou ainda a continuação
de uma juventude longe e perto
de um sonho por acabar
de um ser erecto
vivo assim
entre mim e eu próprio
num diálogo de passados e futuros
que se encontram no ser hoje
a raiva, a desilusão, a amargura
vivo assim
assim me queiram
ou não
é tarde para