ando por aí
no inventar de caminhos
encontros e desencontros
fabricando sonhos
nas noites diurnas
a acender fogos
no seio das rochas mais frias
para que nasçam rios cheios
de olhos abertos
a plantar árvores
em cima do mar
ver crescerem barcos
onde mais que homens são
os que lá dentro vão
na minha rede só letras
plantadas nos regos abertos pela enxada
desta cabeça imparável
acender lume nas pedras
abrir olhos nos rios
é urgente
(torreira; companha do marco; 2011)