pende-me da boca o cigarro
assim os dias
escorregam pelo tempo
olho o peixe
ainda a saltar
é pouco não basta
faço as contas
a este viver
cansado
mais que o cigarro
outro lanço se seguirá
talvez
um sorriso na face vá nascer
com sabor a esforço compensado
peixe que seja pão
para todos
um cigarro pende-me da boca
(torreira, século XX)
