olhos fixos no mar
não perco de vista os arinques
procuro a calime
vejo como se deslocam
pelos desvios
da perpendicular à areia
descubro as correntes
entretanto vou enrolando as cordas
preparando tudo para nova partida
que o tempo é pouco
e é preciso aproveitar
estes dias de sol e calmaria
pescador
em terra sou
o que as redes ao mar deitou
(torreira, século XX)
