luísa da calada
(irmã do arrais joão da calada e viúva de tiago branco)
sei das letras os desenhos
pelas crianças feitos
na areia da praia
no alfabeto da minha vida
cada dia é uma letra
umas mais cheias
outras mais finas
escritas pelo mar
dia a dia marcadas
no corpo que no meu rosto
se espelha
dos números
as contas
somar peixe
dividir sardinha pão
subtrair dias de norte
multiplicar
nunca houve o quê
neste viver feito do mar
azar e sorte
(torreira, século XX)

Poema maior, meu caro Poeta.
É um privilégio ler os seus poemas que cantam o mar, os pescadore e as gentes ribeirinhas da nossa querida ria.
Abraço.