hoje não
andam arredias as palavras soltas livres sorriem e eu
à esquerda o ti zé rebeço, no o bota-abaixo do “Presidente”
à esquerda o ti zé rebeço, no o bota-abaixo do “Presidente”
mulher
escrevo ria
com m de mulher
não menina
escrevo esta gente
nestes dias
de velas e vento
de sermos
escrevo ria
com m de mulher
e é laguna
escrevo mulher
numa bateira
e a ria sorri de
(torreira; s. paio; 2018)
o zé pedro e o léo preparam a bateira para a regata
há uma criança
dentro de mim
é ela que te sorri
(torreira; s. paio; 2017)
a porta está aberta
nos braços a força
na vela a bandeira
na vontade o ainda
moliceiro sinto-o assim
branco e negro
belo em risco
à janela há
quem espreite
que entre
a porta está aberta
(torreira; s. paio; 2017)
porquê
faz um dia do teu tamanho
depois deixa-o crescer
e vai com ele
ao encontro do sol
há aves poisadas na ria
são barcos com homens
velas ao vento braços abraços
vencidos cansaços
dos dias cinzentos baços
o que vai em último
vai também
e isso faz dele
um primeiro diverso
o que resiste
faço o dia com
o meu tamanho
encho-o com uma
única palavra
porquê
(torreira; s. paio; 2014)
o homem e o Homem
nunca saberás a força
que os move
o amor nesta mãos
floresce vela
a ciência que ambiciona
tudo querer explicar
queda-se muda
perante estes homens
do amor que os cega
se valem os que nada mais vêem
que dinheiro fácil
de muito poucos
se refazem muitos e remoçam
a regata da ria 2016
começou
quisera eu algo mais
o homem é o maior
inimigo do Homem
(torreira; 27 junho de 2016)